Na Itália, Jorginho foi enganado pelo seu conselheiro. Depois disso, ele queria parar de jogar futebol por um curto período de tempo.
Jorginho estava em completa desordem. “Neste momento eu queria desistir”, o estrategista do meio-campo do Chelsea FC, que hoje vale mais de 60 milhões de euros, é citado no site oficial do Blues: “Fiquei devastado, estava farto”.
Nessa altura o Jorginho ainda estava longe de ganhar muito dinheiro com o futebol. Alguns anos antes, ele tinha vindo para a Itália de sua casa no Brasil, da pequena cidade costeira de Imbituba. Com 15 anos, para um país estrangeiro, para um continente estrangeiro, para o grande sonho.
Dois anos antes, um agente havia descoberto Jorginho, de 13 anos, em um torneio de juniores no Brasil e o havia levado para sua escola de futebol.
Agora ele viu a hora certa para o talentoso garoto tentar uma carreira profissional na Europa. “Ele me deu um treinamento experimental em uma jovem equipe do Hellas Verona e eles me levaram”, lembra Jorginho.
No início correu tudo bem em Verona, Jorginho finalmente viveu o seu sonho, tudo era novo e emocionante.
“Mas depois surgiu uma rotina: Treinamento, escola, casa, escola, escola, treinamento. Durante 18 meses, foi tudo o que fiz. Tinha apenas 20 euros por semana à minha disposição e não podia fazer mais nada. A formação e a escola eram tudo. Foi muito difícil”, diz o jovem de 27 anos.
Além disso, a equipa principal do Hellas não jogava na Serie A na altura, havia problemas com as equipas de juniores e o Jorginho teve de jogar temporariamente para a juventude do pequeno clube vizinho Berretti. Lá, com Berretti, ele conheceu Rafael, também brasileiro e goleiro daquele time.
“Ele me perguntou como eu estava, há quanto tempo eu estava na Itália e lhe disse que eu vivia com 20 euros por semana. Ele disse que algo não poderia estar certo, fez alguma pesquisa e, finalmente, o meu consultor estava desviando dinheiro do meu salário sem o meu conhecimento.
Uma informação que atingiu o coração de Jorginho e lhe roubou a confiança no futuro do futebol: “Liguei para casa em lágrimas e disse à minha mãe que queria voltar para casa e não jogar mais futebol”, olha para trás.
Mas a mãe, que sempre o encorajou e muitas vezes o treinou na praia, convenceu-o a continuar: “Ela disse: ‘Nem penses nisso! Estás tão perto e já lá estás há alguns anos, que não te vou deixar voltar para dentro de casa. Você tem que ficar e morder o seu caminho”.
Jorginho ouviu o conselho de sua mãe, mas ainda não alcançou o seu objetivo. Ele treinou com o Hellas logo em seguida com a primeira equipe, mas foi premiado com um time da quarta divisão. Quando ele voltou, o treinador só apostou nele depois que dois jogadores se machucaram em sua posição.
“O treinador não sabia o que fazer. Ele tinha que improvisar ou apostar em mim. Ele apostou em mim e eu devo ter feito minha coisa muito bem”, diz Jorginho.
Jorginho tinha 19 anos quando estreou pelo Hellas na série B. Foi só em 2013, aos 21 anos, que ele fez o seu primeiro jogo na Serie A após a sua promoção no Hellas, e depois mudou-se para Nápoles apenas seis meses depois.
Lá, Jorginho se transformou em um meia de classe mundial e foi para o Chelsea no verão passado por 57 milhões de euros. Além disso, a seleção da Itália já tem 16 jogos pela frente.